quinta-feira, 10 de julho de 2014

PROFISSIONAIS DO PETRÓLEO- TRABALHE EM PLATAFORMAS








Para cada R$ 1 bilhão investidos por ano no pré-sal, serão gerados 33,5 mil empregos na fase de exploração e desenvolvimento e 23,8 mil na de operação, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Com expectativa de investimentos da ordem de US$ 700 bilhão (ou R$ 1,5 trilhão) em cada uma das etapas nos próximos 30 anos, chega-se a uma estimativa de geração de 87,2 milhões de vagas diretas, indiretas e induzidas até 2043. Oportunidades de nível superior e técnico não apenas no setor de óleo e gás propriamente dito, mas também em toda a cadeia que ele movimenta — e vai movimentar cada vez mais, levando-se em conta a expectativa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de que o pico de produção pode ser atingido em até 15 anos. O que, por sua vez, gera necessidade de mais qualificação no curto e médio prazos.
O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) prevê que a demanda por nível superior seja, principalmente, de engenheiros e que as categorias profissionais mais solicitadas de nível técnico e médio sejam de projetista, plataformista e auxiliar de movimentação de cargas. Haverá, também, grande necessidade de categorias de nível fundamental, como montador de andaime, mecânico ajustador, caldeireiro, entre outras. A maior dificuldade para encontrar profissionais qualificados existirá na procura pelas carreiras mais especializadas, permeando todos os níveis educacionais de qualificação, de acordo com a entidade.

Levantamento da Michael Page, consultoria especializada em recrutamento, aponta os onze profissionais que devem despontar em função do pré-sal: geólogos, geofísicos, petrofísicos, engenheiros de perfuração, gerentes de perfuração, gerentes de contrato, gerentes de engenharia, gerentes de operação e oficiais de náutica. Além dessas profissões, as de nível técnico também vão ficar cada vez mais em alta, indicam os especialistas — sobretudo nas áreas de mecânica, mecatrônica, eletrotécnica, segurança do trabalho e solda.
— Da licitação até a primeira gota de petróleo sair, os profissionais de geociências serão muito procurados. Depois disso, à medida em que a cadeia vai avançando, surgem demandas por engenheiros das mais diferentes especialidades possíveis — descreve Bruno Stefani, gerente de Oil&Gas da Michael Page.
Se os salários de nível superior podem variar de R$ 6 mil a R$ 50 mil, a média salarial para nível técnico fica entre R$ 2,5 mil e R$ 6 mil.
— Mas quem trabalha no setor de soldas pode chegar a ganhar até R$ 20 mil, porque há poucos profissionais nessa área — ressalta Raul Rousso, coordenador do Funcefet Online.
A falta de qualificação é, de fato, uma preocupação para o setor. Inclusive, o Plano Nacional de Qualificação Profissional do Prominp, criado em 2006, está passando por um processo de reformulação para atender melhor às necessidades desse mercado emergente. Por meio da aproximação com as empresas do setor, a necessidade de qualificação profissional está sendo levantada, bem como os conteúdos programáticos estão sendo revisados.

‘É preciso começar a se preparar agora’
Diante do cenário trazido pelo pré-sal de aumento de oportunidades e demanda por qualificação, Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Ibre da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que é importante fazer um planejamento da capacidade de se formar mão de obra:
—Isso porque existe uma defasagem entre o momento em que a pessoa entra na faculdade e a hora em que ela sai para trabalhar. Não vamos ter uma explosão infinita de demanda por engenheiros, então é preciso saber qual é a carência para poder formar.
Especialmente porque, destaca Holanda, as vagas criadas não serão apenas aquelas ligadas diretamente ao setor de óleo e gás, mas também as indiretas, como a prestação de serviços, e as induzidas — aquelas geradas em função do aumento do nível de renda.
— Há toda uma cadeia de suprimentos, que vai desde a confecção de chapas e a estruturação de estaleiros à alimentação, transporte, infraestrutura. Vai ser um movimento bem amplo — complementa Raphael Falcão, diretor da Hays no Rio de Janeiro.

Previsão de salários inflacionados
Com essas perspectivas no horizonte, aproximam-se também as possibilidades de que os salários acabem subindo muito além do mercado.
— Em uma economia em pleno emprego, como a brasileira, o alto número de vagas vai gerar pressão nos salários, o que pode trazer problemas para as empresas num prazo de curto a médio — estima Holanda.
Falcão concorda e leva em consideração a desaceleração que vem ocorrendo desde o ano passado.
— Existe, sim, uma expectativa de inflação de salários. No ano de 2012, os salários deram uma estabilizada, então, é natural que, a partir de agora, haja uma certa corrida por quem já está pronto e qualificado para entrar nesse setor — afirma o diretor da Hays.
O mercado de óleo e gás, entretanto, enfrenta um outro desafio: além dos profissionais qualificados, precisa daqueles experientes, o que complica a situação dos jovens que estão ingressando, como ressalta Samuel Pinheiro, diretor do Petrocenter, escola técnica especializada no setor de energia:
— Há uma demanda grande, mas as empresas já querem o profissional pronto, tanto em nível técnico quanto no nível de engenharia. Querem que o jovem tenha experiência, mas não oferecem oportunidade.
É o que, entre outros fatores, também motiva a crescente importação de mão de obra — tendência que deve ser intensificada com as oportunidades que vão surgir com o pré-sal.
— Não vamos conseguir formar e gerar experiência na velocidade que o mercado vai precisar. Além disso, muito do know how brasileiro em óleo e gás está com funcionários públicos da Petrobras, que não querem sair da companhia — explica Raphael Falcão, que, na Hays, ainda não sentiu um movimento intenso de vagas pelo pré-sal. — Mas muitos clientes estão vindo conversar sobre planos para o futuro, estão começando a planejar.
Planejamento, palavra de ordem
E é consenso entre os especialistas que o planejamento é fundamental, tanto para as empresas quanto para os profissionais do setor — por mais que haja tempo hábil para qualificação.
— Em termos de qualificação, neste caso, o tempo é um aliado. Isso não quer dizer, entretanto, que é possível esperar muito para começar um curso ou especialização. É preciso começar agora — recomenda Raul Rousso, coordenador do Funcefet Online.


Fonte desta matéria: 

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